terça-feira, 3 de maio de 2011

A Religião do Eu, Tu, Ele

SER E SENTIR O SER

O sentimento não se define, sente-se, como no ar que respiramos nos vem o seu olor ou odor que a realidade imediata exala. Assim acontece na passagem de nosso caminhar pelas vias urbanas, ou por estradinhas tortuosas, sinuosas de terra batida, nas roças Gerais.

Há diferenças no sentir? Cada ser percebe o mundo que o aturde com as ferramentas cognicitivas que posssui, ou adquire na construção de sua subjetividade terrrena.

Porém, além do que vejo, sinto e manifesto ao exterior do mundo que habito, há uma experiência única, a se compartilhada, na medida em que o outro dá sentido à minha existência ("o verbo se faz carne") na transmissão e recepão de significantes e significados gestuais, verbais, atitudes de corpos que, no instante da fala ou do silencio compartilhado, traçam veredas de pensamentos, que transcendem a orla do estar e do ser.

Se "Eram os Deuses Astronautas", como expressou o autor do Best Seller, sucesso editorial nos idos de 1969; ou se o calendário dos Maia contém verdades que serão comprovadas em 2012, como mostram sites e uma boa parte da literatura apocalíptica, pouco importa, se nada sabemos.

Garantir a salvação, a fé e pensar Deus é o desafio a que me proponho enquanto ente individual; compartilhar este pensamento através de uma crença absoluta não compete com a natureza de meus propósitos.

Os Vedas deixaram para os povos primitivos uma escrita que sobrevive há milênios à nossa produção cultural ocidental, lógica, racional, inteligente.

"Os riks (mantras dos Vedas) alcançaram a mais alta realidade, o vazio mais luminoso, onde todos os deuses estão firmemente estabelecidos. Se alguém não sabe disso, a mera entonação dos riks não servirá para propósito algum. Os riks residem no Imutável, Supremo Espaço Celeste onde todos os deuses estão sentados. O mantra não tem utilidade alguma para aquele que não sabe disso"

A verdade é como a luz; pode nos cegar ou iluminar nossa consciência. Mas não penso que a luz rutilante que se produz por meio das tecnologias da informação e da comunicação nos trará a revelação, a iluminação, pois elas se confundem com o poder econômico e político e, nem sempre, inclui o diálogo, do livre pensar , oposto ao pensamento único que gere as decisões de partidos políticos, grupos econômicos e religiosos dominantes no mundo da globalização.


Então, mesmo que seja ateu, posso pensar numa religião universal que inclua o Eu, Tu, Ele, numa proposição compartilhada por tod@s pessoas do planeta Terra, em sincronia com o espaço local de convivência e a totalidade da consciência humana.



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